Voltando de contusão, o tenista da categoria 16 anos ocupa o 11º lugar no ranking da COSAT
Mais de 300 jogadores entre 12 e 16 anos afiam as raquetes e batem na bola em busca de uma vitória no Banana Bowl, o mais tradicional torneio de tênis infanto-juvenil da América Latina, pela primeira vez sediado no Rio de Janeiro. A fase de chaves começou nessa segunda-feira e contou nesse primeiro dia com um espectador atento e ansioso: Lucca Pinto, 15 anos e brasileiro mais bem colocado no ranking da Confederação Sul-Americana (11º) a disputar a competição na categoria 16 anos. O jogo de estreia nessa terça-feira marca a volta do tenista às quadras após uma lesão no tornozelo direito.
Os olhos azuis bem claros estão focados na quadra. Luca não vê a hora de voltar, após ficar de fora de quatro torneios da gira sul-americana. “Estava no Peru para jogar e durante um treino meu pé prendeu e rompi os ligamentos do tornozelo. Fiquei dois meses parado, cuidando do pé e da cabeça. Não podia me descuidar da fisioterapia e do lado psicológico” diz ele, com serenidade.
O tênis está na vida de Luca desde sempre. O pai Alexandre Pinto jogou profissionalmente e tinha uma academia de tênis, para onde levava o filho ainda bem pequeno, até que aos 10 anos o inscreveu no primeiro torneio. O basquete, vôlei e o futebol do Palmeiras contam com sua torcida, mas nada que se compare a seu amor pelo tênis. “Quando olho para o futuro me vejo jogando profissionalmente. Sei que é muito difícil, mas penso em estar nos top 100. Claro que quero ser o número 1, entrar no top 10, mas vamos com calma”, diz ele.
Luca mora em Cabreúva, no interior de São Paulo mas treina em Itu, na CS Tênis, com o técnico Roberto Carvalho. A rotina é puxada e esse ano vai ser ainda mais. O jovem tenista vai treinar em dois períodos porque vai passar a estudar a distância, o que vai possibilitar mais foco ainda no tênis e nas viagens para a disputa de novos torneios.
O plano para esse ano é começar a jogar ITF. “Ano passado ia treinar na Espanha mas acabou que por motivos financeiros não foi possível”, revela. A situação do esporte no Brasil não chega a desanimar o jovem atleta. “É o tênis o que quero para minha vida, então vale todo do esforço”, atesta Lucca, um fã de Nirvana, Bob Marley e Maria Gadu. Os companheiros de tênis são hoje seus melhores amigos e o mundo das raquetes é onde passa quase todo o seu tempo e se sente melhor. Admite que nos torneios tem uma certa “azaração” com as meninas mas, tímido, fala pouco. A ser perguntado se os olhos azuis fazem sucesso despista: “Acho que não sou a pessoa certa para responder essa pergunta”.