Cria de Gustavo Kuerten e Larri Passos no tênis, o catarinense de Brusque, André Baran vem despontando neste começo de temporada no Beach Tennis fruto não só do árduo trabalho de quatro anos no esporte que chamou a atenção do maior ídolo do esporte no Brasil, o carioca Vinicius Font, ex-número 1 do mundo e atual 12º do ranking, melhor brasileiro colocado na tabela mundial. A dupla está disputando vaga na semifinal do Rio Beach Tennis Tour, torneio ITF mundial com premiação de US$ 3 mil mais hospedagem aos principais atletas com 90 pontos no ranking mundial da Federação Internacional de Tênis. A competição termina neste domingo com jogos adiados das quartas de final por falta de iluminação natural mais as semis e a final no período da tarde. A competição, com entrada gratuita na praia de São Francisco, em Niterói (RJ), tem parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, e conta com 282 atletas de 11 países e dez jogadores no top 10 do masculino e feminino. Além do Brasil o evento tem jogadores da França, Rússia, Alemanha, Chile, Argentina, Venezuela, México, Letônia e África do Sul.
Baran chamou a atenção de Vinícius Font após o primeiro título no ITF de Piçarras (SC) com o carioca João Lauro Carneiro. Após isso a dupla foi formada e conquistou três canecos, dois nos Estados Unidos e o último semana passada em Curitiba (PR) derrubando dupla do tetracampeão mundial Alessandro Calbucci e o número 1 do mundo, o espanhol Antomi Ramos.
“Venho num crescimento muito bom desde o ano passado não é por acaso que estamos obtendo essas conquistas, trabalhando bastante e uma hora os resultados iriam vir como estão vindo agora. Tudo começou ali em Piçarras, a confiança aumentou ali e comecei a jogar com o Vini depois dali, isso me deu muita motivação , é um cara renomado e sempre foi um grande espelho pra mim, um ídolo”,destaca Baran que soma salto de 80 posições nos últimos 12 meses. Ele destaca o aprendizado que vem tendo com Vini Font: “Jogo Beach Tennis há quatro anos e sempre via vídeos, estudava o Vini , hoje em dia com a internet facilita, mas sempre me inspirei nele, estamos vendo de jogar eventos na Europa, agora entrando no top 20 abre o leque para jogar torneios maiores com ele”.
“Fora de quadra o companheirismo é muito legal , é um cara que me ensina bastante e aprendo brincando, temos uma grande energia, se for pra gente se xingar,a gente se xinga , mas sempre levando pro lado positivo para a dupla evoluir”, segue Baran que treina e dá aulas na Sociedade Esportiva Bandeirante em Brusque”.
Quem formou a parceria foi o próprio Vini: “Eu que chamei ele, soube que estava com a dupla aberta e falei, olha, se ninguém quer, eu quero (risos)” , diz o carioca: “Nosso segredo é que nos damos muito bem fora da quadra. Eu sou um cara mais paciente, ele não para de falar, o tempo todo, em quadra quando preciso dou umas chamadas nele e esse companheirismo é o mais importante entre nós”.
Baran jogou tênis, treinou na academia de Larri Passos por oito anos desde os 13 para 14 anos e não só conviveu e treinou com Gustavo Kuerten como jogou ao seu lado em sua despedida no Brasil na Costa do Sauípe (BA) em 2008. O catarinense deve e muito ao seu crescimento no Beach Tennis ao tricampeão de Roland Garros: “Já tem um tempo que não falo com o Guga, nos encontramos na Copa Guga, mas todo o meu aprendizado eu devo a ele tanto no tênis quanto no Beach Tennis e na minha vida. Foram oito anos viajando com o Larri, com o Guga pelo Brasil e pela Europa, aprendi muita coisa com ele e o Guga, Larri sem dúvida é um dos melhores técnicos do Brasil, do mundo e muito do que sou devo a ele e ao Guga também nesse meu crescimento no Beach Tennis. O mais legal é que naquela época que o Guga parou estive junto dele e a cada momento ele curtia, cada treino, cada campeonato, sempre brincando, muito humilde, nem parecia que tinha conquistado tudo o que conquistou , ele poderia ganhar um Roland Garros que no dia seguinte estava na praia falando com todo mundo, isso é o mais importante. Um dia posso perder, outro posso estar ganhando como agora e o importante é sempre manter a cabeça erguida porque derrotas virão”.
André Baran e Vinicius Font superaram jornada dupla neste sábado e estavam perto de vaga na semifinal quando a falta de luz natural interrompeu duelo. Na estreia derrotaram Vinicius Chaparro/João Lauro Carneiro por 6/4 6/1, nas oitavas passaram por Flavio Arouca/Gabriel Santos com 6/0 6/1 e nas quartas de final derrotavam a parceria formada pelos santistas Marcus Ferreira e Thales Santos por 6/2 5/6 quando o jogo foi adiado. Marcus e Thales fizeram o ponto decisivo do título mundial por equipes do Brasil na Rússia ano passado.